Subida invernal do Cântaro Gordo
Subi recentemente com a minha filha Catarina ao topo do Cântaro Gordo, uma formação rochosa escarpada na Serra da Estrela.
É uma forma que sobressai na paisagem da Serra, esculpida pelas línguas de gelo que cobriram a sua parte mais alta durante as épocas do gelo até há 20 mil anos, circundaram o Cântaro Gordo, desceram os vales circundantes e deixaram este relevo saliente.
Os três relevos salientes designam-se ‘os três Cântaros’ - da esquerda para a direita: o Cântaro Raso (1911m), o Cântaro Magro (1928m) e mais à direita, o Cântaro Gordo (1877m).
Foi esse relevo que subimos no dia 1 de Fevereiro de 2025.
A linha cor-de-laranja assinala o caminho aproximado, igual na subida e na descida.
Podemos chegar ao topo do Cântaro Gordo a partir do planalto central ou junto do topo da Serra. É, sem dúvida, o acesso mais fácil, mas tira o encanto à sensação de subir a um relevo saliente, de ‘conquistar um topo’.
Já lhe tinha prometido a subida ao Cântaro Gordo há algum tempo. Como tinha nevado recentemente, era um acréscimo do desafio, de subir ao topo, com neve. É um dos principais encantos de qualquer paisagem invernal.
O topo do Cântaro tem 1877 metros de altitude. Iniciámos o nosso caminho no encantador Covâo de Ametade, a 1420 metros. Subimos portanto 450 metros, com um intervalo no Covâo Cimeiro, um exemplo completo do circo glaciàrio, porventura dos mais característicos de Portugal.
Acedendo ao topo deste relevo desde a base, ficámos com uma noção perfeita da sua dimensão, de como está sujeito às frequentes intempéries e como é belo o vastíssimo horizonte do seu cimo.
Seguem algumas fotografias e, ao fundo da página alguns vídeos, tirados durante esta aventura.
Começámos às 7h30, com a primeira luz do dia...
À chegada ao Covão de Ametade, havia neve - e sol...
A neve não estava consolidada, nem regelada - de vez em quando entrava-se um metro :-D
A seguir ao Covão Cimeiro o caminho fica mais inclinado. Temos sempre esta vista impressionante do Cântaro Magro (face norte).
Houve tempo para brincar na neve.
Logo por baixo do topo do Cântaro Gordo há este pequeno patamar.
No topo do Cântaro Gordo, a vista deslumbra!
Panorâmica em direcção a nascente (Vale do Rio Zêzere / Espanha)
Alegria do regresso - e do objectivo cumprido!
Algumas filmagens do evento...
Na chegada ao Covão Cimeiro - vento, mas uma vista das mais bonitas da Serra da Estrela…
Uma panorâmica sobre o Cântaro Gordo, até as núvens ‘baixas’ engolirem a vista.
É ‘só’ seguir as pegadas feitas…
Houve tempo para ‘brincar’, no topo do Cântaro Gordo.
A Catarina não levou calçado adequado. Foi o que lhe estragou a experiência…