Mais uma subida…
Já subi a montanha mais alta do Norte de África - e a mais alta de África? Não só do Norte, mas de todo o continente?
O Kilimanjaro…
Girafas (Giraffa tippelskirchi) e o Vulcão Kilimanjaro em fundo. Imagem: (c) Much Better Adventures
Sem dúvida que é um objectivo interessante. Muito interessante…
Mas também um objectivo caro, perigoso e complicado.
Vou deixar este tema para o blog sobre esta viagem e aqui apenas espifificar dados concretos relativos a uma eventual viagem à Tanzânia.
Os cumes de Mawenzi (à esquerda), 5149m e Kibo (à direita), 5891m. Fonte: (c) by Daniel Turner.
Há duas condicionantes a considerar, no planeamento de uma ‘aventura destas’: 1) o custo monetário e 2) a altitude/aclimatização.
o custo e o investimento (no meu caso, pelo menos) tornam este destino irrepetível - haverá que aproveitar ao máximo uma visita a um destino que provavelmente não voltarei a visitar. Por essa razão, a concretizar uma tal viagem, farei questão de ‘fazer um safari’, ou seja, aumentar em alguns dias a viagem e passar esses ‘dias extra’ num dos muitos parques de grandes mamíferos africanos. Sugiro o Ngorongoro, já explico no ponto seguinte porquê.
é indispensável fazer uma habituação do organismo à altitude, no caso quase 6000m. A UIAA (Federação Internacional de Montanhismo e Escalada) tem vários artigos específicos sobre o Kilimanjaro https://theuiaa.org/category/mountain-medicine/ cuja leitura atenta recomendo. Cerca de 75% dos mais de 40.000 visitantes anuais não chega ao topo e a razão principal é a falta de aclimatização.
Para facilitar esse processo sugiro utilizar os primeiros dias de férias no parque de Ngorongoro, que tem uma altitude mais elevada que p. ex. o Serengeti (1800/2100m vs. 1400m) - para além de ter menos pressão turística e uma beleza excepcional.
Como há muito dinheiro envolvido no ‘negócio do Kilimanjaro’ os guias e os operadores turisticos tentam invariavelmente utilizar os percursos de ascenção mais rápidos/curtos - esse é talvez o principal problema com a falta de aclimatização… Há uma rota de ascenção que contorna o vulcão: Chama-se ‘Lemosho Glades route’ e permite uma aproximação mais demorada ao topo e passa por alguns locais de grande beleza paisagística.
Uma estimativa de cálculo dá-me um valor individual aproximado de 1500 €, apenas para subir ao Monte Kilimanjaro (para comparação o mesmo valor, para a subida ao Monte Toubkal o valor individual foi de ~ 100 €).
A este valor ter-se-á que acrescental as outras despesas, tal como
deslocação (vôo Lisboa-Tanzânia)
aluguer de viatura(S) do aeroporto para locais de actividades
despesas com visita ao Safari (Ngorongoro)
Uma nota sobre a Área de Pretecção de Ngorongoro:
Faz parte de uma estrutura geológica complexa associado a zona de rift de África Oriental, onde se está a iniciar a abertura de um novo oceano (o alinhamento de montes, vales e lagos que se estende desde o Nar Morto em Israel, passando pelo Mar Vermelho, as montanhas da Etiópia e os Grandes Lagos, até a foz do Zambezi em Moçambique, daqui a milhões de anos formará uma depressão contínua, um novo oceano). A própria cratera de Ngorongoro é uma estrutura vulcânica que esteve activa há 2,45 até 2 milhões de anos; actualmente é a maior caldeira vulcânica inactiva e intacta do Mundo. Mede cerca de 20 quilómetros (diâmetro) e tem uma área de ca. 260 km². Não tem habitantes, desde 2015 os Maasai já não podem entrar na cratera com o seu gado.
Contíguo à cratera está a planície de Serengeti onde se localiza a garganta de Olduvai onde foram encontrados fósseis dos hominídeos mais antigos, o Homo habilis (1,9 MA = milhões de anos), Australopitecus boisei (1,8 MA), Homo erectus (1,2 MA). Há vestígios da presença de Homo sapiens tão recentes como 17.000 anos. É um dos locais mais importantes para a descoberta da evolução humana e a formação do conhecimento sobre paleo-antropologia.
Em suma - custa ‘os olhs da cara’ !!
Esta viagem está na ‘wish-list’, mas para já, sem data marcada nem prevista. Se ou quando as condições se alterarem (imaginemos com a ‘entrada’ de um patrocinador / uma publicidade) poderá ser uma hipótese muito interessante a considerar, pela sua beleza de paisagem e cultura, pela altitude e pelo ‘ambiente exótico’…