A construção de represas no ribeiro que escoa no fundo do Vale da Candeeira serve um propósito múltiplo.

Tal como a plantação de árvores nas encostas são a reconstituição do eco-sistema originário do vale, assim a existência de um habitat aquático está demonstrado pela existência de pólens de plantas lacustres até há 4900 anos atrás mantendo ainda um ambiente aquático ao longo do perfil sedimentar até a época da exploração humana intensificada do vale, há cerca de 3200 anos atrás. O habitat lacustre fez parte integrante do equilíbrio biológico do Vale da Candeeira. A fase de destruição definitiva da floresta na Estrela coincide com a fase de erosão e destruição de solos e coincide também com a altura em que o castor foi extinto de Portugal.

Com a criação de corpos de água permanentes desde a extremidade interior do fundo plano até a actual lagoa sasonal que ainda existe junto da desembocadura do vale no seu extremo oriental, para além da formação de um eco-sistema aquático ou lacustre, isto deverá também permitir um crescimento mais vigoroso das plantas na base das encostas, principalmente passados uns anos quando as suas raízes atingirem o nível freático mais elevado.

O Vale da Candeeira está neste momento desprovido de qualquer árvore de porte médio ou grande, com idade superior a 15 anos. Após o incêndio de 2006, alguma árvore que ainda lá vivesse, acabou. As giestas arbóreas e os vidoeiros nasceram em 2007 e depois.

O fundo do vale é um caso ainda mais desolado. Grande parte desta superfície plana é ocupada por tufos de erva e depósitos alongados de gravilha e areião, depositados pelo ribeiro durante episódios de cheias. Há algumas giestas dispersas, alguns esqueletos contorcidos e negros, mas em geral é uma superfície descoberta e quase ‘desértica’.

Foi em tempos remotos o epicentro de um vale de uma densa floresta. Um lago de nenúfares…

Construção de represas de água

Fundo do Vale

Copyright: Maidenhead Aquatics.

Uma das sequências de recuperação de um ribeiro com elevada incisão no leito.

Apesar dos pressupostos e da evolução desta sequência serem algo diferentes do caso do Vale da Candeeira, o resultado tende sempre para a estabilização na fase anastomosada, ‘sem leito permanente ou bem definido’, com ligação entre a água subterrânea e a de superfície e com ampla vegetação ripícola no leito.

Fonte da imagem: a obra citada acima.

A instalação das represas será feita de poente para nascente, de montante para jusante, portanto. Assim pretende-se iniciar a instalação de modo a reter a menor quantidade de água na represa inicial, expandindo a capacidade de retenção progressivamente.

Será conveniente fazer estas tarefas durante o Verão, desde o meio da Primavera até início do Outono, logo que o fluxo de água seja mais reduzido e possibilite o trabalho no interior do leito entalhado. Ver as fases de implementação da construção de represas aqui.

As represas, do tipo ‘BDA’, são pela sua natureza, efémeras. Podem ser relocalizadas, retiradas ou aumentadas, consoante a sua interacção com a dinâmica hidrológica.

Como o seu nome indica (Low-tech Process-based Riverscape Restoration = restauro de zonas de rios baseado no processo hidráulico e sem meios mecanizados) este tipo de intervenção é baseada na ausência total de maquinaria na construção, na permeabilidade parcial à água e na sua adaptabilidade à alteração da sua dinâmica criada pelas represas. Na América estas recuperações de rios levam frequentemente castores a migrar para os cursos de água intervencionados e são os próprios castores a utilizar e a manter as represas. Não há castores em Portugal e a intervenção preconizada neste projecto não terá o apoio de castores na manutenção - esta terá sempre de ser supervisionada e executada por humanos.

Não é possível definir uma quantidade específica de represas para se considerar a tarefa ‘concluída’, nem o êxito do projecto depende de tal quantificação. A eficácia das represas é atingida pela quantidade e não pela dimensão individual; a dinâmica do meio aquático obriga o sistema de represas a ser igualmente dinâmico.

Uma represa pode ser levada pela corrente da água e ter de ser reconstruída com configuração diferente; pode uma represa a jusante subir mais o nivel da água e obrigar uma represa a montante a ser reconstruída com mais altura (esta operação é das mais complexas nas BDA’s, em virtude de ser, normalmente, executada com o nivel de água elevado); provavelmente a dinâmica hidrológica tornará necessária a instalação de represas adicionais, intermédias ou laterais, de modo a suster o corpo de água na sua expansão lateral no fundo quase plano do vale.

A instalação das represas foi dividido em fases, de acordo com a altitude da água — e por inerência, serão também fases temporais.

A especificidade das fases está descrita nesta página.

A plantação na área do fundo do vale, as espécies de plantas e a metodologia da plantação está explicada aqui.

O fundo do Vale da Candeeira tem duas superfícies planas separadas por uma elevação bem definida, mas com apenas cerca de 10 a 15 metros de altura. As superfícies planas têm pouca vegetação e não apresentam relevos significativos, inseridas num vale de encostas complexas mas bastante escarpadas e com declive variável mas só pontualmente inferior a 25°. O fundo é 'ostensivamente plano' comparado com o restante vale, resultante da lavagem pro-glaciária de material libertado do glaciar durante o retrocesso e fusão da língua de gelo. Em fase posterior, provavelmente durante as fases frias entre o final da Idade do Gelo e o aparecimento das florestas (Dryas antigo e Dryas recente) a base das encostas foram regularizadas com escombreiras sobre algumas partes laterais do fundo plano.

Já nos últimos milhares de anos, durante e após a destruição da floresta do vale, a ausência de floresta, a pastorícia e os incêndios repetidos permitiram a lavagem das encostas com a remoção do manto de alteração profunda do granito e grande parte da manta-morta e solo florestal profundo formado durante os vários milhares de anos de floresta. Em vez de encostas inclinadas, mas suavizadas por um espesso manto orgânico de húmus, areias e raízes, ficaram as rochas nuas à superfície.

O fundo plano mede aproximadamente 1600 metros de comprimento por 150 metros de largura, um pouco mais estreito para o lado da cabeçeira, a montante. A superfície do fundo é ligeiramente superior a 200.000 m² (20 ha).

Presentemente, o regime hídrico do ribeiro é influente durante uma parte significativa do ano, na medida que o ribeiro cede água para o aquífero por infiltração; durante o Inverno, o ribeiro é efluente, por receber água do aquífero quando este sobe até o nivel da água no ribeiro.

As condições actuais de escoamento no Ribeiro da Candeeira, tal como em quase todos os outros pequenos cursos de água, tem um regime determinado pelas precipitações: durante os curtos episódios de chuva os cursos de água aumentam a sua velocidade de escoamento, a sua superfície sobe ligeiramente, ao ponto de transbordar e ocupar as superfícies planas adjacentes, escoando rapidamente as águas. No restante tempo, o escoamento faz-se dentro de um canal bem definido, inserido na superfície quase plana circundante; em períodos prolongados de ausência de precipitação, o Ribeiro da Candeeira vê o seu caudal reduzir-se, tal como o volume de água: não há qualquer armazenamento de água no sistema hídrico - quando não chove, não há água nos ribeiros…

Em contraste com a América, a Europa, pela ancienidade do seu cultivo intenso, já não guarda vestígios visíveis da ‘Natureza’ (com N maiúsculo, com era sem exploração humana). Na América do Norte, pelo contrário, ainda foi possível distinguir os efeitos da exploração humana e verificar a situação em alguns cursos de água, onde essa exploração ainda não chegou a causar desestabilização definitiva.

As fases da evolução dos cursos de água eram numeradas de 1 a 8, correspondendo a ‘fase inicial’ (“1”) a um ribeiro de traçado linear, ligeiramente encaixado no seu leito e que preenche ocasionalmente a sua planície aluvial, conforme a descrição acima, do Ribeiro da Candeerira. As investigações no Canadá e Noroeste do Estados Unidos levou ao reconhecimento de haver um ‘estado inicial’ anterior a essa ‘fase 1’ - trabalha-se agora com a ‘fase 0’ como verdadeiro ‘estado inicial’, onde o curso de água não está ainda encaixado no seu leito, onde a planície aluvial está em contacto hidrológico permanente com o ribeiro:

“In this manual, we embrace the Cluer and Thorne (2014) vision for Stage 0 conditions, but just refer to this target simply as Anastomosing. The most important thing from a restoration perspective is the appreciation of these conditions as historically pervasive, advantageous to riverscape health, and an appropriate target for restoration.”

Citação retirada de página 8 de:

Shahverdian, S., Wheaton, J.M., Bennett, S.N., Bouwes, N. and Maestas, J.D., (2019): Chapter 1 – Background & Purpose. In: Wheaton, J., Bennett, S., Bouwes, N., Maestas, J. D., and Shahverdian, S., (Editors), Low-Tech Process-Based Restoration of Riverscapes: Design Manual. Utah State University, Wheaton Restoration Consortium, Logan, Utah. 29 pp.

Todos os estudos recentes apontam para a importancia primordial da componente biótica na estabilidade dos cursos de água, encarando-se como um equilíbrio dinâmico entre as condições ambientais (rocha-mãe, declive, precipitação, etc.), hidrológicas (profundidade freática, energia de escoamento, armazenamento superficial, etc.) e bióticas (densidade de vegetação, actividade de castores, etc.). O estado natural e em equilíbrio dos pequenos cursos de água é um estado de grande armazenamento de água, reduzida variabilidade de escoamento (=pouco impacto da precipitação sobre o caudal de saída), elevada complexidade ambiental no ambiente húmido extenso e grande diversidade biológica com muita interacção entre animais e plantas. Frequentemente estas áreas húmidas funcionam como viveiros de peixes e anfíbios e também suportam grande quantidade e diversidade de invertebrados que por sua vez sustentam uma avifauna diversificada.

Os cursos de água afectam directamente o meio por onde escoam, tal como são afectados pelo mesmo meio. É uma relação de reciprocidade e interdependência dinâmica e constante. A capacidade erosiva ω (letra grega ómega) e o grau de incisão de um curso de água depende, simplificadamente do caudal de água, da inclinação do leito e da largura da secção:

ω = γQS/w

em que γ é o peso específico da água, Q é o caudal, S é a inclinação do leito e w é a largura do canal de escoamento, ou da ‘secção molhada’. Assim, um curso de água tende a reduzir a sua capacidade erosiva com o alargamento do canal, e pelo contrário, aumenta a capacidade de erosiva com o estreitamento do canal. A deposição de sedimentos tende a ser difusa e dispersa e a diminuir com o aumento da largura; o aumento da capacidade erosiva tende a aumentar de forma concentrada com o estreitamento do canal, pelo que este processo tende a intensificar-se e a reforçar-se até que o curso de água seja forçado a alargar o seu leito ou a diminuir a sua inclinação.

Estes conceitos e a vantagem de construir represas em cursos de água com tendência para o aumento de capacidade erosiva com a finalidade de inverter a tendência de incisão, está explicado mais aprofundadamente em

Pollock, M., Weaton, J., et. al. (2014): Using Beaver Dams to restore incised stream Ecosystems. Bioscience XX, 1-12. Oxford University Press, Ed.

O equilíbrio entre a capacidade erosiva, os sólidos em suspensão e a deposição de sedimentos só é atingida na morfologia anastomosada do curso de água, ou seja, o estado ideal dos rios de pequena dimensão nas regiões temperadas (Ásia, América do Norte e Europa) é aquele onde o escoamento não se faz por um canal de escoamento definido, mas por toda a largura do fundo do vale por corpos de água de baixa ou nenhuma velocidade em ligação permanente entre as águas subterrâneas e as águas superficiais.

A morfologia do rio ‘anastomosado’ corresponde exactamente ao rio intervencionado e mantido por castores!

Este regime de escoamento implica invariavelmente um sistema lacustre ou ribeirinho com vegetação mais densa, melhor qualidade da água, a jusante - menos cheias e menos secas, em geral melhor ambiente. Até alguns séculos (muitos séculos na Europa) os castores eram vulgares e faziam isso mesmo de forma profusa. Com a sua ausência dos eco-sistemas aumentou a erosão, perderam-se incontáveis quilómentros de limpeza de linhas de água, mais cheias nos Invernos, mais secas nos Verões, e na Euro-Ásia o castor quase foi extinto!

O Castor (nome científico: Castor fiber)

Até alguns séculos haviam castores em Portugal e na Europa. Em Portugal foi extinto na idade média. O castor é um herbívoro aquático, roedor. É o maior roedor da Europa e o segundo maior do Mundo (atrás do capivar, da Amazónia). sem qualquer perigosidade para outros animais nem para nós.

A seguir à lontra é um dos animais que tem mais pêlos por centímetro quadrado (10.000 por cm², em média!) - ou seja: é um dos animais com o ‘pêlo mais denso’. Foi caçado por várias razões (o pêlo para fazer tecidos e chapéus; as glândulas oleaginosas [castor oleum] com que os castores lubrificam o pêlo; para comer - na idade média a Igreja Católica decretou que o castor, se tem cauda, ‘é um peixe’ e pode ser comido durante a quaresma…). A caça ao castor foi de tal forma intensa que foi (praticamente) extinto, na Eurásia. Na América do Norte, com a colonização pelos européus, o destino da espécie americana (Castor canadensis) quase ia sendo igual - felizmente houve a vontade atempada de o proteger!

O castor tem duas ‘alcunhas’ na comunidade científica: “keystone species” (uma espécie muito importante, ou ‘fulcral’) pela sua interacção com inúmeras outras e pela sua importância … fulcral … no seu meio. Esta qualidade prende-se com a sua outra alcunha: “ecosystems’ engineer” (=engenheiro dos eco-sistems, uma espécie animal que tem a capacidade de alterar o seu meio). Com os seus dentes incisivos consegue ‘roer’ as árvores, cortá-las e usar os troncos para construír as suas barragens e as partes mais tenras para seu próprio alimento. o castor constrói a sua ‘casa’ de troncos, ramos e galhos, num lago. Faz a entrada para a casa abaixo da superfície para evitar ‘visitas’; a toca está sempre no interior, acima da superfície da água. Para manter o nivel da água constante, constrói também barragens de modo que, para além dos lagos, pode habitar nos rios que assim transforma em sistemas de lagos ou pântanos, com todos os efeitos benéficos sobre a sua hidrologia e ecologia que já aqui referimos - e alteram profundamente os eco-sistemas onde vivem: de canais de escoamento de água passam a ser o elemento principal das vastas ‘zonas húmidas’ pantanosas onde os aquíferos são recarregados, onde floresce uma comunidade biológica distinta, onde se evitam cheias e se mantêm os ribeiros com alguma água pela Primavera e até no Verão!

Todo este equilíbrio foi desfeito com o extermínio do castor.

Os sistemas húmidos e pantanosos desapareceram e os cursos de água são agora meros canais de transporte de água, em cabeceiras secas, rochosas e desprovidas de solo e vegetação. Os cursos de água, pela sua torrencialidade (=muita água repentina e depois, seca) tendem a concentrar o seu escoamento e com essa concentração aumenta a capacidade erosiva que concentra ainda mais o escoamento - isto resulta no entalhar dos ribeiros e a secagem dos leitos de cheia.

A retenção de água terá um efeito significativo sobre a hidrologia do vale. Diminui a velocidade de escoamento, e a energia de transporte. Passará de ser um sistema com fraco predomínio da erosão sobre a deposição, para ser um sistema sem erosão e apenas deposição dos materiais em suspensão a montante. A retenção de água fará subir a superfície da água do ribeiro até inundar uma parte significativa do fundo plano do vale, aumentará a complexidade do sistema de drenagem, aumentará muito o tempo de permanência da água no vale e aumentará muito a ‘secção molhada’ (=superfície de contacto entre a água e o leito), e consequente alimentação do aquífero freático (livre) existente no vale, a partir do ribeiro anastomosado; este passará a ter um regime efluente durante um período mais prolongado.

Grande parte do caudal, especialmente os caudais de ponta que ocorrem em períodos de chuva mais intensa podem ficar retidos no sistema de água superfícial e subsuperfícial, em vez dessas águas se ‘perderem’ por escoamento, serão aproveitadas no eco-sistema lacustre e libertadas de forma muito mais gradual.

A construção de represas de água seguirá a metodologia de

Wheaton J.M., Bennett S.N., Bouwes, N., Maestas J.D. and Shahverdian S.M. (Editors). 2019. Low-Tech Process-Based Restoration of Riverscapes: Design Manual. Version 1.0. Utah State University Restoration Consortium. Logan, Utah.

Disponível em:

http://lowtechpbr.restoration.usu.edu/manual

(‘Low-Tech Process-based Restoration of Riverscapes’ significa, em português, ‘Recuperação de cursos-de-água baseado no Processo Hidráulico, sem utilização de meios mecânicos’.)

Salientamos o capítulo 5 desse manual, que trata do método de implementação das represas.

Aspecto esquematizado de uma ‘represa principal’, vista frontal e vertical.

Na construção das represas deve-se começar a contrução pelas mais pequenas e terminar com a maiores (‘principais’), de modo que haja um efeito cumulativo das represas, ainda que o método e o princípio de construção seja sempre semelhante.

Imagem: obra citada acima.

Foram antecipadamente identificados vários locais favoráveis à instalação de BDA’s, embora a dinâmica alterada do escoamento provavelmente obrigará à reformulação da localização sequencial das represas.

Como o Ribeiro da Candeeira está entalhado, com a primeira fase de instalação de represas, a subida da água não deverá produzir nenhum aumento apreciável da superfície inundada.

Tentar-se-á manter a utilizabilidade da Ponte da Bolota (actualmente o único ponto de atravessamento ‘a seco’ da ribeira ao longo da extensão toda do fundo do vale).

É provável que a inundação do fundo do vale obrigue à reformulação dos percursos pedestres ao longo das margens.

Segue uma colagem de imagens de zonas húmidas intervencionadas, ou criadas por castores.

A intenção subjacente à construção das represas do tipo ‘BDA’ é precisamente a imitação da dinâmica da represa do castor,

  • permeável à água

  • versátil, alterável, adaptável

  • não-utilização de meios mecânicos na sua construção

  • utilização de biomassa (sem cimento/ferro)

  • estimula a recarga dos aquíferos

  • estimula o crescimento vegetal

  • evita cheias nos rios

  • impede a secagem do caudal, no Verão.

O castor é um roedor (o maior da Europa), inofensivo e sem qualquer perigosidade para o Homem.

Apesar disso foi dizimado na América do Norte e praticamente extinto na Europa. Em Portugal está extinto desde a idade média.

Nenhuma das imagens nesta página é minha, nem foi tirada na Serra da Estrela.

São imagens de locais onde há castores, ou representativas da Natureza, como fica sob a intervenção do castor.

Não existem castores em Portugal (ainda).

São ‘stock photos’, cedidas pelo alojamento do site, na internet.